
Você é o tipo de pessoa que tem problemas quando conhece um amigo novo e tem que repetir seu nome pelo menos umas três vezes até se fazer entender? Então bem-vindo ao meu mundo. Bom, não que eu tenha um nome alienígena ou algo do tipo. As pessoas simplesmente não acreditam que o meu nome é o nome que eu digo. Algumas vezes (e não são poucas) sou constrangido a comprovar com a identidade.
Meu nome é Dudu. Meu Pai escolheu esse nome porque sabia que colocando 'Eduardo' todos acabariam por me chamar Dudu mesmo. Papai é um homem prático, sabe? Chegou no cartório decidido.
Flash-back:
- Pode pô aí o nome do menino: Dudu.
- Perdão, senhor?
- Isso mermo, o garoto vai se chamar Dudu.
A única coisa que o pobre homem do cartório poderia fazer - além de desconfiar que meu pai andara bebendo - era concordar, e rápido! Afinal de contas meu pai já naquela época tinha um aspecto intimidador com seus quase dois metros de altura e trícepis e bícepis invejáveis até mesmo para o Incrível Hulk. E, veja lá, o cartório não ia querer briga com o negão.
A escolha do nome foi feita por minha mãe. Ela queria Eduardo mas, por uma síncope, aceitou a sugestão muito estúpida de papai. Na escala hierárquica da família mamãe sempre foi muito autoritária com papai, que, por sua vez, sempre foi muito autoritário comigo. Eu tentei ser autoritário com Gugu, o nosso cão.
Simulação:
- Gugu, xixi ali, agora!
Eu aponto inocentemente o jornal para meu querido cão. Ele me fita os olhos arrogante, levanta uma das patas e urina no carpete totalmente alheio a mim. Depois sai feliz da vida abanando o rabo em direção ao quintal, como quem aproveita um belo dia de verão.
Ao passo que, posso conlcuir, até Gugu tem mais dignidade que eu lá em casa.
Bom, eu poderia me prolongar aqui, para vocês me conhecerem melhor. Mas não dá. Então, para concluir, eu dizia que papai resolveu por meu nome de Dudu para evitar que o apelido se sobrepôsse ao nome. Bela idéia de meu pai. Desde que pisei meu primeiro pé no ensino fundamental meu apelido agora é Eduardo.
Hasta la vista, baby.
Moral da história: ensino fundamental é um inferno.