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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cerveja & Moderação



Mais uma vez eu percebo que há algo de muito errado com as propagandas publicitárias - de todos os seguimentos - e, dessa vez, quero focar nas propagandas de cerveja. Para começar, eu não sei se eu sou a única que reparei - e provavelmente não sou - na 'felicidade' do Universo Cervejeiro. As propagandas de cerveja são sempre dotadas de muito sol, praia, pagode, mulher gostosa... e homens babacas (e o babaca é por minha conta) tomando a bendita.

É sério, escutem o que estou dizendo, ou melhor, leiam o que estou escrevendo: existe uma fórmula de fazer propagandas de cerveja. O negócio tá tão manjado, mas tão manjado que eu, sem nenhum preparo acadêmico especializado em marketing, publicidade & cia; sim, eu mesma, moradora do bairro Taquara, com 19 anos imcompletos e uma vasta experiência em me locomover de Kombi por Jacarepaguá, poderia fazer uma propaganda publicitária de cerveja. Aliás, qualquer idiota poderia, então eu - que não sou idiota, ou pelo menos tenho quase certeza - posso falar isso com propriedade.

É muito simples... eu acho que o cara responsável por esse tipo de comercial não deve mais ter preocupações na vida. Acho que quando ele pega mais um roteiro de propaganda de cerveja ele deve olhar para aquilo com aquela cara de tédio, repousar um de seus braços em sua pança-de-cerveja, coçar a barba e falar: - Aí pessoal, providenciem já as mulatas, um Zé-Com-Um-Pagodinho, uns três marmanjos e 148927847968500393 tipos diferentes de embalagens da marca que é pra gente poder espalhar pelo cenário pra dar o nosso recado sutil, falô?

E sabem por que é sempre a mesma coisa? Simplesmente porque eles não têm como te convencer que a cerveja é boa por si só. Veja bem, você nunca (grave o que estou te dizendo) em sua vida vai ver um comercial de cerveja em que o locutor consiga vender o produto em questão apenas argumentando sobre suas qualidades. Aliás, você já viu algum comercial relatar, dizer, revelar, comunicar ou mostrar quaisquer tipo de qualidades de uma cerveja? Se sim, eu lhe digo que o argumento 'porque ela é boa' não conta.

Agora, a única coisa que pode ser pior do que um comercial de cerveja tentando te convencer a consumir aquele produto, são as sutis (e bota sutis nisso!) "anti-propagandas" do Ministério da Saúde tentando fazer com que você NÃO consuma o produto em excesso. Pensa só: o comercial começa todo maravilha com aquelas belas mulheres, aquele sol escaldante de um domingo à tarde, um belo sambinha de fundo... você está lá na sua poltrona e fica até mais leve com a situação fictícia que somente os anúncios de cerveja te proporcionam. Afinal de contas nada mais importa se você puder tomar uma loura geladinha, não é mesmo? Acha até que naquela mesma noite você vai mesmo é se esbaldar!

Pois bem, se o comercial parasse ali, eu até entenderia... (tá bem, eu não entenderia de fato). Mas o que me irrita é que no finzinho do comercial aparece uma faixa azul pequena com o simples aviso: Beba com moderação. Só que o negócio passa tão rápido, mas tão rápido que eu chego a questionar se aquilo não seria na verdade uma mensagem subliminar ao invés do bom-senso do Ministério da saúde. E aí eu me pergunto: COMO ASSIM "BEBA COM MODERAÇÃO" ???? Gente, raciocinem comigo... o sujeito que passou pelo menos três minutos vendo um bando de idiotas se acabando na cerveja não será convencido de modo algum que vai ter que beber com moderação. Então deixo a minha dica para O Ministério da Saúde: da próxima vez que vocês quiserem convencer alguém a não se alcoolizar até o sangue ficar aguado, que tal vocês não fazerem que nem nas novelas do Manoel Carlos e colocar uns ex pé-de-cana falando que perderam metade do fígado, a casa, a mulher, a guarda dos filhos e, de quebra, a dignidade por terem se deixado levar pelo vício da bebida, hein?

Talvez isso pudesse desiludir um pouco o cara que está em frente a tv. Sei lá, um modo de neutralizar a Felicidade Cervejeira. Mas acho que nem mesmo assim os bebedores parariam de beber que nem desesperados (vide as publicidades nas embalagens de cigarro). À essa altura, se você conseguiu ler essa postagem até aqui, você deve se perguntar por que eu gastei tanto tempo falando de cerveja e moderação, não é mesmo? Simples. Eu não acredito no termo Cerveja & Moderação. Não acredito que empresa alguma está preocupada no bem-estar do consumidor. Se a missão deles é vender, eles vão é querer que você consuma o quanto puder, da maneira que puder e o mais que puder, e pior, vão fazer de tudo para que pareça legal e normal.

Já parou para pensar por que você sai nos fins de semana e diz: "vou beber todas essa noite"?
Se você nunca parou para pensar nisso, é porque tem alguém pensando por você.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Estrangeiros e vocações profissionais



Eu estava em mais um dia entediante do trabalho quando ele apareceu. Era estrangeiro, claro... eu sabia que era - nenhum brasileiro seria estupidamente idiota para enrolar um cachecol daquela maneira sem querer parecer gay. E ele não era gay, era apenas estrangeiro porque se fosse gay eu também saberia - e viria me perturbar, certamente.
- Hi, could you help me, please?
Eu também o perturbaria, não estava com paciência para bocós.
- Olá, gostaria de ver alguma coisa, senhor?
O bocó me olhava com cara de bocó. Eu retribuía com um sorriso cínico de vendedora.
- Well, i don't understand what you say, lady... but, uhh... I really liked that coat and I wonder how much is it.
Eu o olhava com cara de paisagem. Estrangeiros abusados.
- Hmm, so does anybody here speak english? Because of course you aren't understanding me...
Ele deu uma risada tosca e arrogante. Era hora de eu intervir.
- I don't think anyone here speaks english... like you must have realised, we are all brazilians.
Ele ficou me encarando por uns segundos, talvez não tivesse entendido o sarcasmo. Ou talvez só estava surpreso porque eu tinha conseguido estabeler contato. Prossegui.
- It was a joke... so, what do you want?
- Do you speak english?
- Yes, unfortunaly... But... you were saying about a coat, right? Is that one that you want?
Eu apontei para o suéter azul.
- Yes, it is! Thanks... and what do you mean when you say "unfortunaly"?
Oh, não... ele ia me fazer ter uma longa conversa sobre questões culturais? Não, por favor.
- Well, i mean that people like you come to other countries and think they are right not trying to speak the local idiom. You are the tourists so you are suposed to speak my languague.
Ele me encarou por mais uns cinco segundos, pagou o suéter e foi embora.
Eu fiquei rindo comigo mesma no meu balcão... eu era tão inteligente.
Resolvi pedir demissão daquele emprego estúpido naquele exato minuto.


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sexta-feira, 9 de julho de 2010

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Este blog daqui por diante não terá outra finalidade que não seja distrair, entreter, irritar e agradar somente à pessoa que o escreve.


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