(Post do meu fb que resolvi trazer pra cá ;)
Tem duas fotos aqui nesse álbum especificamente que eu JAMAIS postaria sem cortar a parte da minha barriga. Mas hoje não. Hoje eu estou quebrando as regras não ditas do facebook em que todo mundo é perfeito e maravilhoso. Pelo amor de Deus, é só uma barriga. rs
Pois bem, entendam:
Sempre senti um imenso desconforto em expor o meu corpo e, por isso, não costumo ir à praia. Mesmo morando em uma cidade turisticamente praiana, eu não vou à praia.
Nós mulheres somos cobradas por um padrão estético praticamente inalcançável de perfeição. Não pode ter pelos, não pode ter celulite, não pode ter barriga, não pode ter estrias, nem dobrinhas nas coxas, não pode ter cicatriz de parto, peito demais, bunda de menos. Se você é gorda, não pode usar tomara que caia, não pode biquini de lacinho, maiô com as costas nuas também não pode.
Nós (mulheres) vivemos em uma constante ditadura do que podemos ou não podemos fazer/ser. Temos nossos corpos controlados e, desde pequena, vamos sendo condicionadas a odiá-lo se ele estiver fora do padrão midiático. A consequência disso é uma auto-estima destruída e a autoexclusão de espaços públicos como a praia, por exemplo.
Eu poderia escrever ainda um monte de coisas e explorar esse asunto sob diversas facetas. Mas vou pular logo para a parte boa.
Nesse último verão, a internet (leia-se: as minas <3 br="" como="" corpo="" de="" ensinou="" me="" obter="" praia.="" um="">
1) Tenha um corpo;
2) Vá à praia;
3) Divirta-se!
Sim, é isso mesmo. Você pode amar o seu corpo. Você também pode querer mudá-lo, fazer exercícios para emagrecer e se sentir mais saudável. Mas não é normal que nós nos enclausuremos em casa só porque não somos/estamos magras.
Eu sei que é difícil não odiar o próprio corpo com tantos anos sendo adestrada para tanto. Sei que é dificílimo se sentir confiante e feliz consigo mesma quando a sociedade em que vivemos desde sempre nos diz, verbal ou silenciosamente, que nós não somos bonitas. Afinal de contas, não existem pessoas como nós na tv se não for pra fazer o papel do bobo, do ridículo ou qualquer outro estereótipo pífio.
Mas é possível. Eu ainda tenho muito o que conquistar em termos de auto confiança e orgulho do próprio corpo. Ainda quero mudá-lo e emagrecer levando um estilo de alimentação mais saudável.
Mas não quero me auto-mutilar no caminho. Não quero me amar só quando estiver magra. Quero viver agora, ir à praia assim, desse jeito mesmo e não só quando tiver atingido um suposto objetivo.
Pelo contrário, não quero atingir uma meta.
Eu quero é ser atingida pela meta de me amar.
Assim.
E ser feliz no processo.
A vida acontece no meio, e a praia tem que estar nos nossos planos do agora; principalmente se você é carioca.
Um beijo e um cheiro de quem ainda tem muito o que aprender e praia pra pegar ;*
Casa dos Devaneios
Todas as vezes que eu precisar de um lugar imaginário pra eu me contradizer: esta será a minha casa.
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terça-feira, 20 de outubro de 2015
sábado, 31 de maio de 2014
Leitora à janela
A moça lê e se afoga
Ali, eternizada no quadro
lendo todos os dias
a mesma lamúria, a mesma agonia
Seu semblante deixa escapar
que não há paz, seja em que linha for
Não há sossego na moça,
a despeito de sua posição ereta
Ela passa uma vida lendo a tragédia
Porque é isso que vocês pintores fazem
Condicionam à uma vida de looping suas criaturas
incrustadas óleo sobre tela
Uma infinidade de não-respostas
para quem observa
Se a moça ao menos pudesse fechar a cortina dourada
Cessaria minha tortura...
Contudo, levaria consigo todo o encanto de ser contemplada,
de existir na vida de pessoas que não são quadros,
que não são instantes eternos como ela.
— Priscilla Acioly, 13/11/2013
Conte-me, por favor
essa tua beleza mente, Dona
é como uma bela história que só quer distrair
tem alguma coisa mais profunda em você
q'inda não encontrei
porque a mentira da tua beleza é tão bem contada
que fico preso aqui
olhar fixo na curva que teu pescoço faz
no tamanho exato dos teus seios
nas rachaduras finas dos teus lábios
nas tuas bochechas amassáveis e mordíveis
nas tuas pernas carentes de serem pegas
porque a mentira da tua beleza é tão bem contada
que eu não posso encontrar
tua alma, teu jeito, teu ser
sem primeiro desmentir o teu corpo
— Priscilla Acioly, 26/12/2013
Believers
I know in these days
Putting faith in things
sounds antiquated
It seems to be obsolete
— when most of people are looking for gold —
declaring yourself as a believer
However,
we're still alive, we still exist.
And we aren't eager to conquer the world,
as many of you might think
We intent to reach those kind of hearts
that have embraced society's burden.
Because we consider society's way of
talking, behaving, thinking, loving
heavy.
Go ahead, call us believers.
We believe that there is something greater in this world
than the last version of iPod, after all.
— Priscilla Acioly, 20/12/2013
Unmistakable
There are million people
Worldwide
That I could bump into
Without realizing
You are not one of them
Your eyes
Are the only asian creatures
Unmistakable to me
— Priscilla Acioly, 23/01/2014
Larga essa xícara
Rapaz, poesia não tem nada
a ver com café
Queime a língua num gole
E tente recitar que nem
meio verso sai
Poesia com café é pose
Poesia sem café é insônia
de procurar e não achar
os versos mais perfeitos
— Priscilla Acioly, 08/02/2014
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