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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ônibus



Estava eu no ônibus ontem, voltando da faculdade. Saí num horário ruim mas, por sorte, encontrei lugar pra sentar. Pena não ser na janela, porque na janela é melhor pra dormir - pensei. Tentei me distrair vendo as pessoas, joguei um joguinho bobo no meu celular e depois fiquei olhando em direção à rua, li duas páginas de um livro e fechei. Não deu certo. Eu tava cansada demais.

Daí chegou a serra, e ela tem o chamado feitiço do sono... mesmo quando não estou com sono de verdade, quando o ônibus pega a Grajaú-Jacarepaguá eu meio que apago... não sei se por conta das curvas, ou se todo aquele verde da floresta funciona como canção de ninar. O fato é que eu acabei dormindo. Dormir no ônibus já é desconfortável, quando você está na cadeira do corredor é pior ainda. A cabeça fica balançando e você não tem apoio.

Mais ou menos ali pela Freguesia - eu já devia estar naquele estágio que você não está num sono profundo porque consegue enxergar algumas coisas, mas está tão ferrado de sono que a sua cabeça vez ou outra cai e você pisca forte e ela levanta de novo - a moça que estava do meu lado cutucou levemente o meu ombro e fez algo inusitado.
- Pode encostar a cabeça no meu ombro, se quiser. Você tá mesmo cansada - Ela sorriu.
Eu fiz algo mais inusitado ainda.
- Ah, desculpe, mas eu vou aceitar.

Ela tinha falado de um jeito tão simpático e tão maternal que eu encostei a cabeça no ombro dela e apaguei de novo. Não me importava que nunca a tivesse visto na vida e que poderia ser qualquer pessoa, inclusive com más intenções. O fato é que ela tinha sido fofa e eu estava morrendo de sono pro meu bom senso funcionar [tá, também não sou tão idiota, se fosse um homem mesmo que eu estivesse com sono eu jamais aceitaria - tirando você, Brad Pitt].

Cosegui tirar um bom cochilo e até fiquei pensando, quizá sonhando, com as palavras do Profeta Gentileza. Em dado momento eu senti que meu ponto estava chegando, e então acordei. Me levantei, e olhei pra ela.
- Brigada, mesmo.
- Que isso, de nada.
A gente sorriu uma pra outra e eu desci do ônibus, sabendo que possivelmente nunca mais a veria na vida, mas sentindo uma imensa vontade de abraçar o mundo.


5 comentários:

  1. :0

    UMA DAS HISTÓRIAS MAIS BIZARRAS QUE JÁ LI AQUI! Ficará gravada na memória.
    hahahahahahhahahahahahahahaha.
    Na moral!

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  2. HAHAHAHAHAHAAHAH

    tá carente, Pri?

    doida

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  3. Sensacional, principalmente a parte do Brad rs

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  4. Que isso...
    Ainda existe gente boa pelo mundo.

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