Estava eu no ônibus ontem, voltando da faculdade. Saí num horário ruim mas, por sorte, encontrei lugar pra sentar. Pena não ser na janela, porque na janela é melhor pra dormir - pensei. Tentei me distrair vendo as pessoas, joguei um joguinho bobo no meu celular e depois fiquei olhando em direção à rua, li duas páginas de um livro e fechei. Não deu certo. Eu tava cansada demais.
Daí chegou a serra, e ela tem o chamado feitiço do sono... mesmo quando não estou com sono de verdade, quando o ônibus pega a Grajaú-Jacarepaguá eu meio que apago... não sei se por conta das curvas, ou se todo aquele verde da floresta funciona como canção de ninar. O fato é que eu acabei dormindo. Dormir no ônibus já é desconfortável, quando você está na cadeira do corredor é pior ainda. A cabeça fica balançando e você não tem apoio.
Mais ou menos ali pela Freguesia - eu já devia estar naquele estágio que você não está num sono profundo porque consegue enxergar algumas coisas, mas está tão ferrado de sono que a sua cabeça vez ou outra cai e você pisca forte e ela levanta de novo - a moça que estava do meu lado cutucou levemente o meu ombro e fez algo inusitado.
- Pode encostar a cabeça no meu ombro, se quiser. Você tá mesmo cansada - Ela sorriu.
Eu fiz algo mais inusitado ainda.
- Ah, desculpe, mas eu vou aceitar.
Ela tinha falado de um jeito tão simpático e tão maternal que eu encostei a cabeça no ombro dela e apaguei de novo. Não me importava que nunca a tivesse visto na vida e que poderia ser qualquer pessoa, inclusive com más intenções. O fato é que ela tinha sido fofa e eu estava morrendo de sono pro meu bom senso funcionar [tá, também não sou tão idiota, se fosse um homem mesmo que eu estivesse com sono eu jamais aceitaria - tirando você, Brad Pitt].
Cosegui tirar um bom cochilo e até fiquei pensando, quizá sonhando, com as palavras do Profeta Gentileza. Em dado momento eu senti que meu ponto estava chegando, e então acordei. Me levantei, e olhei pra ela.
- Brigada, mesmo.
- Que isso, de nada.
A gente sorriu uma pra outra e eu desci do ônibus, sabendo que possivelmente nunca mais a veria na vida, mas sentindo uma imensa vontade de abraçar o mundo.
queeee lindo. rs
ResponderExcluir:0
ResponderExcluirUMA DAS HISTÓRIAS MAIS BIZARRAS QUE JÁ LI AQUI! Ficará gravada na memória.
hahahahahahhahahahahahahahaha.
Na moral!
HAHAHAHAHAHAAHAH
ResponderExcluirtá carente, Pri?
doida
Sensacional, principalmente a parte do Brad rs
ResponderExcluirQue isso...
ResponderExcluirAinda existe gente boa pelo mundo.