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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Vamo falar de samba?


Pra ser polêmica logo de cara: odeio samba enredo. Pra falar a verdade odeio mesmo é o carnaval - mas isso já é assunto para outro post. Não vejo graça nenhuma em samba enredo e o único samba enredo que me conquistou durante a vida toda foi um da escola de samba Tradição no ano em que homenageou o Sílvio Santos, ponto. Levando em conta que tenho apenas 18 anos de idade, já sei que pessoas mais velhas poderão argumentar que lá no ano de 1964 e lá se vão bois e camelos... blablabla e toda essas histórias saudosistas que nossos avós ou pessoas mais velhas adoram contar!

Mas eu só posso falar daquilo que presenciei e, por isso, sambas enredos não me chamaram atenção até hoje. Acho que o que mais me pertuba é o excesso de bateria, sabe?
Poisé, sou da ala dos mais conservadores (?) gosto de um sambinha ameno, rítmico, quase nada... Como diz Vinícius de Moraes em Samba da Benção ''mas pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza'' e eu assino em baixo. Samba da Benção é um dos meus sambas preferidos, aliás. Eu amo essa cultura do samba no nosso país apesar de não conhecer muito sobre a história (alguém que queira me emprestar um livro, por favor manifeste-se) só sei que os primeiros músicos eram marginalizados e chamados vagabundos.

Claro: bossa nova. Além de ser o gênero de samba que mais amo ouvir, é meu gênero de música favorito. Quando ouço bossa nova fico arrepiada, extasiada, lenta... feliz e triste ao mesmo tempo. E se eu ouço bossa nova passeando pelo litoral do Rio de Janeiro dentro de um carro eu até choro (gente, falo sério). Quando ouço Bossa nova eu consigo me distinguir de qualquer outra pessoa da face da terra. Quando ouço bossa nova não sou americana, latino-americana e arrisco mais: nem brasileira ao certo... quando ouço bossa nova sou carioca.


Samba bossa nova é inteligente, contagiante, inspirador, romântico, singelo e algo único. Enfim, como não tenho muito tempo não posso prolongar meu post, mas termino dizendo que amo demais 'Samba de uma nota' só e acho que ele traduz exatamente o tipo de samba que eu gosto.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Odeio a combinação 'dissertativo-argumentativo'


Estive fazendo provas de vestibular durante essas últimas semanas. Enfim, e foi aí que tive de enfrentar o mal perseguidor de muitos alunos - nos quais eu me incluo: a redação.

Tá tudo bem, eu gosto de escrever sim... estaria mentindo se dissesse que não tenho habilidade para tal exercício. Mas no vestibular a redação me apavora! E não é por causa do tempo, do tema, da criatividade ou de quaisquer outros fatores. Não. Eu simplesmente descobri que odeio fazer redações, não levo jeito. Sei lá... é um gênero esquisito onde tudo tem uma medida exata e milimétrica - pincipalmente no vestibular. Em dados momentos, chego a pensar que estou pondo uma fórmula de física em prática, sem brincadeira. Eu fico tentando lembrar as dicas dos parágrafos, os macetes dos conectivos, a não repetição de termos e todo esse blablablá muito chato e cansativo. Juro pra vocês que quando leio o comando 'produza um texto dissertativo-argumentativo' eu já fico de cara amarrada. Eu não quero argumentar nada com ninguém, caramba! Sou mimada, quero escrever coisas avulsas que as pessoas poderão odiar, se preciso! Ou amar, de preferência né...

O resultado das minhas redações é um conjunto de coisas bem medíocres, sem erros ortográficos, automático, pseudo-inteligente e muito (eu disse muito) entediante. Fica muito água-com-açúcar mesmo (se quiserem comprovar, posto aqui uma redação minha, só não vomitem depois).
Enfim, não sei o motivo certo... se é porque não tenho técnica, talento ou falta de prática... mas sou muito ruim no quisito 'redação'.

Talvez eu seja inconsequente mesmo agindo desse modo, ou talvez eu seja só imatura também... O fato é que me irrita ter de escrever um texto que qualquer outra pessoa poderia fazer no meu lugar - e muito melhor, diga-se de passagem.

Tudo bem, se eu passar: aqui vai meu adeus às redações de vestibular!


Mas nada é para sempre, uma hora eu sei que elas me assombram de novo.
Beijos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Alfredo, sozinho e o narrador onisciente


Alfredo não sabia para onde ir. Sentou-se no ônibus azul, fileira A, cadeira verde.
Alfredo era mais velho do que se pensa e mais novo do que se acha. Permaneceu calado o tempo todo durante a viagem. Era Alfredo + Alfredo. Alfredo consigo mesmo.
Ninguém podia ver o que Alfredo estava fazendo naquele momento, apesar de Alfredo não estar fazendo nada - aparentemente.
Mas conto um segredo: Alfredo fazia muitas coisas naquele momento, naquela cadeira verde, da fileira A, no ônibus azul.
Fazia coisas que ninguém pode saber. Alfredo pensava, pensava, pensava, pensava, pensava...
e por causa disso Alfredo se auto firmava, decidia-se, tomava rumos mentais que nem ele mesmo se dava conta. Por vezes, concentrado, pensava coisas não muito nobres - bem sombrias, na verdade - com muito vigor, praguejava pessoas que recuso-me a dar nomes (vai que você é o chefe de Alfredo). Nesses momentos eu podia notar que as feições de Alfredo endureciam e as pessoas que olhassem de fora achariam Alfredo um homem sério, responsável e honesto. Olha que controverso! Era a última coisa que ele poderia ser - naquele momento. Era um grande menino mimado, na verdade. Outras vezes, sua expressão amenizava e, absorto, procurava olhar pela janela e para o alto. Esse era um dos momentos que mais gostava em Alfredo. Quem olhasse de fora o chamaria de desatento, infantil, fanfarrão. Erram mais uma vez. Nesses momentos ele se preocupava com coisas sérias, bonitas e vitais. Ainda que ele só estivesse admirando o bater de asas de pombas sujas da cidade.
Até que Alfredo teve de deixar a fileira A, do ônibus azul com a cadeira verde. Alfredo desceu, subiu pela calçada e começou a agir - atuar - como os demais seres humanos. Que pena, porque a partir dali não vi mais Alfredo ser autêntico nem por um minuto. Ao passo que chego à conclusão de que Alfredo, assim como os demais de sua espécie, só pode conhecer suas virtudes e deslizes quando está sozinho.

Se eu tivesse o direito de ser animado, largaria essa vida de narrador e iria viver minhas próprias 'Alfredices'...

Senhorita por quê?!

Desde criança nós, meninas (e meninos), aprendemos que devemos chamar de senhorita às moças solteiras e de senhora às moças casadas. Para os homens não, homens são chamados de senhor e pronto. Não existe 'senhorito', é claro. Só que com o passar do tempo o tratamento 'senhora' acabou ganhando uma conotação de idosa ou madura - resumindo: velha. As moças ficam orgulhosas se forem chamadas de senhorita, porém, quando ainda jovens, mesmo sendo casadas, sentem-se desconfortáveis ao serem chamadas de senhora. Senhorita por quê? NÃO ENTENDO ISSO, está tudo errado. E já lhes explico porque... Aqui vai minha humilde teoria baseada em método algum além do meu mero 'achismo' [Descartes deve estar se revirando no túmulo agora, mas tudo bem].Lá vamos nós:
Senhorita contém o sufixo (?) 'ita' que, no espanhol, pelo que penso, é sufixo diminutivo. Por isso uma senhorita é considerada uma incapaz na sociedade e passa a se tornar senhora (dona de si, capaz) somente quando se casa com um senhor. Na constituição brasileira, até poucos anos atrás uma mulher era realmente considerada incapaz mesmo que maior de idade, se fosse solteira.

Ou seja: nossa gramática é realmente machista.





E aí? quer ser senhora ou senhorita?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ê letras...

Coisa boa é escrever. Eu sou uma daquelas alunas que enquanto a aula vai passando me pego escrevendo coisas e mais coisas. Às vezes rabisco palavras a vulso e fico fazendo o jogo de troca-letras pra ver quantas combinações possíveis pode se formar com uma mesma palavra, dando significado a ela ou não - para minha terrível perseguidora Matemática isso se chama análise combinatória, mas eu simplesmente chamo de passar o tempo ou, sendo um pouco mais realista, eu razoavelmente poderia receber um diagnóstico de TOC.
Outras vezes o exercício de escrever já é mais reflexivo. Eu faço parte de uma comunidade do Orkut que se chama 'Filósofos de janela de ônibus', então, é mais ou menos isso. Eu adoro ficar matutando coisas, vasculhando idéias, revirando e mexendo em assuntos já esgotados ou mesmo descobrindo assuntos banais que ninguém se daria ao trabalho de prestar atenção.
Aliás, um exercício muito bom que eu acabei tendo a idéia de praticá-lo depois de ter assistido a um desses comerciais bobos - que eventualmente tem uma frase marcante - foi: imagine algo que ninguém nunca imaginou.
Depois dessa frase reveladora eu comecei, igual uma criança, a matutar. Olhem só minha infantilidade: imaginei uma abelha azul sendo perseguida por um cachorro preto com bolinhas roxas (?)
Pois bem, já corro o risco de ser chamada de esquisofrênica... então melhor eu ir parando. Mas eu sei que a escrita foi e ainda é a maior invenção do homem. Tem dias que eu acordo sem assunto algum - e quando digo assunto, refiro-me aos diálogos que tenho comigo mesma, aqueles que me levam a algum texto, poema, conto, qualquer coisa - e chego a pensar que nunca mais terei uma gota de criatividade ou qualquer insight. Mas aí, já depois de alguns dias, convencida de que sou uma fraude e que não consigo mais escrever, bem... elas vêm: todas as letras aparecem para mim. Lindas, visíveis e até um pouco sarcásticas, eu diria. Mas quem se importa? Eu amo as letras.

Pois bem, já me auto considero bem-vinda. Se não eu puder entreter ninguém com o exercício de postar aqui, ao menos saberei que não sou uma fraude.
É isso aí.