Visualizações do blog

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Stand up comedy


Quem convive comigo sabe que sou uma pessoa de riso fácil - aliás, muito fácil. E eu to amando essa onda de stand up comedy brasileira que de uns três anos para cá tem revelado comediantes talentosíssimos (Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Fernando Caruso, Leandro Hassum, Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Fabio Porchat, Marcela Leal, e por aí vai...). Para os não iniciados stand up comedy (Comédia em pé) é um espetáculo de humor que se utiliza apenas de um comediante - ou vários, fazendo rodízio - no palco e seu microfone, apenas isso. E a partir daí eles exploram temas comuns, coisas corriqueiras do dia-a-dia que para nós seres humanos mortais podem passar despercebidas, mas para eles - os comediantes - podem sempre inspirar um novo acesso de riso.

Eu admiro demais pessoas que conseguem fazer comédia, acho difícilimo achar o ritmo e o tempo certo da piada. Eu, por exemplo, sou uma negação em contar piadas. Eu consigo estragá-la completamente: seja rindo, seja começando a piada pelo final ou mesmo contando-a só até a metade por conseguir me esquecer do resto durante a narração. Juro.

Mas sou boa ouvinte, adoro piadas. Seja das mais bobonas até os diálogos mais inteligentes. Sempre gostei de ver Friends e séries do tipo. Então, se você é como eu que se amarra em se divertir com humoristas e afins, vá para o youtube AGORA e procure algum video de stand up com um dos caras que eu citei lá no primeiro parágrafo. Você não vai se arrepender.

Eu até tava pensando um dia desses cá comigo. Poxa, se existe stand up comedy, bem que poderia existir... sei lá, o written comedy (comédia escrita). Os caras são muito geniais, eles deviam explorar novos campos, fazer blogs de 'written comedy' e contar suas histórias... rs.
Eu mesma outro dia, aqui em casa, tava vendo uma programação qualquer e reparei - num desses comeciais de iogurtes para 'intestino preguiçoso' - no diálogo surreal da propaganda em questão.

Era o seguinte, umas duas ou três amigas se encontravam na praia e, ao que dá a entender, elas não se viam há algum tempinho. Se cumprimentam, pá, pá, pá... Quando resolvem por o assunto em dia. E a primeira pergunta que uma das amigas faz é: E aí, como vai o intestino? Depois dessa pergunta a outra mulher responde que com Activia o intestino dela voltou a funcionar muito bem e a essas alturas está feito todo o merchandising.

Mas, peraí... 'E aí, como vai o intestino?'. Quer dizer que você encontra sua amiga na praia, não a vê há algum tempo. Daí você não quer perguntar como vai as crianças ou o marido, nem quer saber alguma fofoca quente ou ainda contar quem é o novo chefe mala. Não, nada disso. Porque a primeira coisa que você precisa saber é como vai o intestino. Eu te pergunto, leitor, você chega numa festa e encontra seu cunhado. Agora imagina a situação.
Simulação
- Fala aí irmão, beleza?
- Tudo bem cara... e você?
- Tô bem também, rapá... agora deixa eu te perguntar uma coisa - olhar intrigado. Como vai seu intestino?
Nessa hora seu cunhado responde com a maior naturalidade.
- Até que vai bem, to tomando um iogurte aí, sabe? Acho que tá fazendo até efeito... agora o 'delgado' é que tá sinistro...

GENTE, isso é um absurdo! Não existem diálogos assim na vida de um ser humano. Primeiro que ninguém sai por aí declarando que tem prisão de ventre, e segundo que intestino definitivamente não faz parte do 'top 10' de melhores temas de uma roda de conversa.
Ai, ai... eu tenho vergonha de publicidades como essa...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

E a Taça das Bolinhas vai para...


Chegou a vez de tocar na ferida. Aposto que nenhum flamenguista quer falar sobre o assunto.

"Em 1987, o Flamengo conquistou o título do módulo verde da Copa União (que era a primeira divisão) e o Sport venceu o módulo amarelo (equivalente à Série B). Para a CBF, no entanto, o campeão brasileiro daquele ano foi o clube pernambucano, já que não houve o quadrangular final previsto no regulamento.

Assim, contando com o polêmico título de 1987, o Flamengo teria sido em 1992 o primeiro pentacampeão brasileiro - ganhou também em 1980, 1982 e 1983. Mas, para a CBF, a honraria cabe ao São Paulo, que venceu em 1977, 1986, 1991, 2006 e 2007 e leva agora a 'Taça das Bolinhas'."

Estadão


Daí hoje entrei na Internet e vi estampado no mesmo site:

"Flamengo promete lutar pela 'Taça das Bolinhas'
A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, deu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para comentar a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que anunciou no dia anterior a entrega da "Taça das Bolinhas" para o São Paulo. Segundo ela, o clube carioca vai lutar para ficar com o troféu."

Estadão

Bem, no que isso vai dar eu não sei. O que eu sei é que eu confesso que vi um senso de justiça quando a CBF resolveu dar a Taça das Bolinhas para o São Paulo. Lógico que fiquei com uma ponta de recalque, afinal, qualquer flamenguista não poderia deixar de sentir a sensação de perda. Mas minha mensagem final, é:

Relaxe comunidade rubro-negra... Nós temos 30 Campeonatos Cariocas, 2 Copas do Brasil, 18 Taças Guanabara, 6 (opa, ou 5?) Campeonatos Brasileiro, 1 Copa ouro-sulamericana, 7 Taças Rio, 1 Libertadores, 1 Mundial... etc, etc, etc, etc.

Tudo bem, Tudo bem... já entendi: o mais importante mesmo, era o raio da Taça das Bolinhas...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Rj - máquina de fazer criminoso


 O título desta postagem eu tirei de uma pichação num desses prédios velhos do meu bairro. Estava exatamente assim: RJ - máquina de fazer criminoso.

Foi absolutamente algo que me fez refletir. Encarar o Rio de Janeiro - ou qualquer outra cidade - como uma máquina é algo realmente sensato.  A cidade é violenta, todos sabem. Mas isso é a questão ampla. E se estudássemos a micro-violência? Digo... aquela instalada nos milhares de lares periféricos, escolas, ruas, becos, favelas...

Sei lá, acho que existem inúmeras formas de violência. Um cidadão de três anos de idade crescer num contexto onde ele é acostumado a ver pessoas da comunidade portando armas e metralhadoras - isso quando ele próprio já não faz esse porte: isso é violência; violência visual, moral. Uma menina de onze anos - e aí, já nem entro mais nas questões saturadas do abuso e exploração sexual - que tem de tomar conta dos nove irmãos e ainda vigiar a casa porque seus pais estão na rua tentando ganhar o pão, isso é violência; violência emocional. Uma mulher que não pode dormir tranquila enquanto ouve sons de bala perdida e no dia seguinte tem de acordar cedo para vender quentinhas sabendo que no final do mês terá ganhado quatro vezes menos o valor de um salário mínimo, isso é violência. Assim como também é violência a vergonha do Ensino Fundamental e Ensino Médio público que não dão a formação adequada à criança, violência contra a cidadania.

Enfim, são muitas questões por baixo do pano. No fundo, no fundo... as micro-violências é que desenham o padrão da criminalidade e tráfico no futuro. Não basta ver a situação pronta, o número de mortos por balas peridas ou mesmo acabar com a boca de fumo. O mais importante são as questões que ninguém vê, aquelas que dizem respeito ao indivíduo e sua dignidade. E garanto que 80% da dignade de um indivóduo estão na educação e na saúde. Com esses dois elementos bem estruturados seria provável que não houvesse micro-violência o que, por sua vez, também influenciaria nas questões amplas (macro-violência).
Claro que a violência em si, nunca acaba. Mas pode diminuir, e muito!

Bom, tem um documentário que eu assisti a primeira vez em casa e me impactou muito, a segunda vez eu vi na escola. Me ajudou a entender muitas coisas que eu não sabia ou não podia enxergar. Esse documentário - e eu o reassisto algumas vezes - me ajuda a sentir uma realidade que está bem longe de mim, nem parece mesmo que é o Rio de janeiro...

Estou postando aqui a parte 1 do documnetário, e ele tem completo no youtube caso você queira vê-lo completo. Chama-se: Notícias de uma guerra particular 

http://www.youtube.com/watch?v=zp7KVlft-54 

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Você não pensa igual à Massa?

 Vá para o espaço!


Vou lhes contar a história de Patrines.
Patrines nasceu num lugar distinto; um planeta chamado Mádicles. Patrines era jovem e percebeu que todos os outros jovens comiam Turi. Turi era uma espécie azul de alimento muito popular entre a maioria da população jovem de sua cidade. Ela não gostava de Turi, não gostava de mastigar turi, aquela gosma verde. Patrines gostava de Pozid, uma pequena fruta de gosto amargo-doce. Diziam que Pozid era para anciãos e Turi para os novos. Aparentemente Patrines não ligava para essas culturas ou regras implícitas de seus conterrâneos. Patrines tinha treze anos e meio de vida galáctea e, portanto, era jovem. Patrines comia Pozid e seus colegas não gostavam dela. Patrines não se pintava de vermelho como as outras fêmeas, ela gostava de cinza. Patrines não achava que cinza era cor do triste, do opaco. Ela achava que o cinza era irmão do prata, e pensava que o prata era uma cor mágica. Como tintas prateadas eram raras em seu planeta - e, por isso, caras demais - ela adoranava-se com cinza, de tal modo que suas pálpebras e bochechas eram todas desenhadas meticulosamente com a cor. As outras fêmeas a olhavam com desprezo.
Patrines era impolular e acreditava piamente que em algum outro lugar do universo deveria existir outra civilização, com Seres Pensantes. Talvez até alguém mesmo que pudesse se parecer com ela... uma menina, quem sabe? Talvez ela não fosse a única pessoa desloca...


Em algum lugar paralelo a quatrocrocentros e cinquenta e sete anos-luz de distância...

- Você realmente acredita que existe outra pessoa com esse nome ridículo?
- Meu nome não é ridículo!
- Patrines! Nem no Google alguém acha isso, não é mesmo galera? - risinhos de deboche.
A menina baixou os olhos por detrás de seus óculinhos quadrados. Não em sinal de submissão, ou mesmo de complexo. Ela só estava em um daqueles momentos em que entrava em si mesma, seu grande mundo perfeito onde ninguém a contrariava e ela era rainha e rei ao mesmo tempo. Lá fora, uns insetos verdes e nojentos a insultavam, tentavam penetrar em seu mundinho fechado. Ela não ia deixar, ela não ia brigar.
Vendo que não ganhariam nada com aquela monólogo-discussão, os encrenqueiros a abandonaram.
- Vamos, gente. Ela é louca! Só alguém como ela poderia mesmo gostar de beterraba! - as crianças saíam cutucando-se umas às outras com comentários maldosos - É isso mesmo, Patrines! Você é uma louca, não existe alguém tão esquisito quanto você nem em mil galácteas! - e sumiram ao fim da rua, rindo.



Priscilla Acioly