Vá para o espaço!
Vou lhes contar a história de Patrines.
Patrines nasceu num lugar distinto; um planeta chamado Mádicles. Patrines era jovem e percebeu que todos os outros jovens comiam Turi. Turi era uma espécie azul de alimento muito popular entre a maioria da população jovem de sua cidade. Ela não gostava de Turi, não gostava de mastigar turi, aquela gosma verde. Patrines gostava de Pozid, uma pequena fruta de gosto amargo-doce. Diziam que Pozid era para anciãos e Turi para os novos. Aparentemente Patrines não ligava para essas culturas ou regras implícitas de seus conterrâneos. Patrines tinha treze anos e meio de vida galáctea e, portanto, era jovem. Patrines comia Pozid e seus colegas não gostavam dela. Patrines não se pintava de vermelho como as outras fêmeas, ela gostava de cinza. Patrines não achava que cinza era cor do triste, do opaco. Ela achava que o cinza era irmão do prata, e pensava que o prata era uma cor mágica. Como tintas prateadas eram raras em seu planeta - e, por isso, caras demais - ela adoranava-se com cinza, de tal modo que suas pálpebras e bochechas eram todas desenhadas meticulosamente com a cor. As outras fêmeas a olhavam com desprezo.
Patrines era impolular e acreditava piamente que em algum outro lugar do universo deveria existir outra civilização, com Seres Pensantes. Talvez até alguém mesmo que pudesse se parecer com ela... uma menina, quem sabe? Talvez ela não fosse a única pessoa desloca...
Em algum lugar paralelo a quatrocrocentros e cinquenta e sete anos-luz de distância...
- Você realmente acredita que existe outra pessoa com esse nome ridículo?
- Meu nome não é ridículo!
- Patrines! Nem no Google alguém acha isso, não é mesmo galera? - risinhos de deboche.
A menina baixou os olhos por detrás de seus óculinhos quadrados. Não em sinal de submissão, ou mesmo de complexo. Ela só estava em um daqueles momentos em que entrava em si mesma, seu grande mundo perfeito onde ninguém a contrariava e ela era rainha e rei ao mesmo tempo. Lá fora, uns insetos verdes e nojentos a insultavam, tentavam penetrar em seu mundinho fechado. Ela não ia deixar, ela não ia brigar.
Vendo que não ganhariam nada com aquela monólogo-discussão, os encrenqueiros a abandonaram.
- Vamos, gente. Ela é louca! Só alguém como ela poderia mesmo gostar de beterraba! - as crianças saíam cutucando-se umas às outras com comentários maldosos - É isso mesmo, Patrines! Você é uma louca, não existe alguém tão esquisito quanto você nem em mil galácteas! - e sumiram ao fim da rua, rindo.
Priscilla Acioly
Belo post!
ResponderExcluirJá pensou em escrever contos infantis???
Dps passa lá no meu!!
http://moranka.blogspot.com/2010/04/sejamos-solidarios.html
aquela gosma verde. eca rsrss
ResponderExcluiré seria otimo mesmo escrever histórias infantis
tipo já leu o pequeno principe?
Gostei do post ..
ResponderExcluirBelo blog parabéns !!
http://erlanealopes.blogspot.com/
Sinto-me sempre como a Patrines...mas sei que sempre vamos encontrar alguem que pense como a gente
ResponderExcluirTens jeito para contos ...eu já escrevi um tb mas é mas romantico.. ainda nem o postei no meu blog..
Bjs
Só a artes promovem encontros de Patrines. Beijo, Patrine, digo, Pri!
ResponderExcluirMuito bom! rs
ResponderExcluirMuito mesmo...
adoreeeei *-*
ResponderExcluirpatrines diva
você realmente deveria escrever contos infantis :D
adorei, haha
ResponderExcluircoisas assim me atraem.
como diria bukovski
'gosto de sentir-me estranho a tudo'