O ladrão Honesto
O sujeito era muito peculiar. A começar pelo nome: Honesto. Pagava as contas em dia, não tinha Gatonet, nem nome sujo ou qualquer dívida que fosse. Era simpático, homem justo, de família com quatro filhos. Como qualquer outro cidadão, era trabalhador.
No entanto, era ladrão. E ele chamava isso seu ofício.
Nas abordagens, era discreto. Não queria chamar atenção, nem machucar ninguém.
- Olá senhor, eu sei que o senhor tem pressa, mas eu preciso que você me passe 50 contos.
- O quê?!
- É isso mesmo que o senhor ouviu, eu estou te assaltando. Não quero ser indelicado, sei que é horário de almoço... mas é a hora que anda dando mais movimento, o senhor me entende?
O assaltado ficou embasbacado. Porém viu o volume no paletó do opositor.
- Você tá armado?
- Claro senhor, tenho que me prevenir... vai que aparece algum ladrão, não é mesmo?
- Tu tá tentando me assaltar e diz que tem que se prevenir? Mas que tipo de ladrão é você, compadre?
- Eu sou Honesto - esticou o braço, talvez na esperança de um cumprimento, afinal valorizava a cortesia. Achava até interessante manter uma relação cordial entre assaltante/assaltado.
- Tá maluco? Acha que eu vou ficar cumprimentando marginal?!
- Desculpe, senhor... agora, se me dá licença, preciso que me passe a grana. Eu estou armado e se você não percebeu está reagindo. Você está dando sorte que eu sou um profissional de ética, se fosse outro já teria disparado bala em você.
O assaltado o fitou por uns instantes... não queria acreditar na situação instalada. E, mesmo achando tudo muito irreal, passou a única nota de cem que tinha consigo para o cafajeste. Afinal, este estava armado e isso não é algo a que se pode ignorar.
- Toma aí seu pilantra, e vê se some da minha frente!
O ladrão pega e examina a nota. Enfia a mão na parte interna do paletó e tira de lá uma nota e a entrega ao homem à sua frente.
- Está aí seu troco. Eu só pedi 50 contos, lembra?
Saiu sem falar nada, satisfeito com um sorriso estampado. O outro homem, fica imóvel. Encarou atentamente o homem do paletó marrom até o mesmo virar a esquina; intrigado com o ladrão... Honesto.
Priscilla Acioly, 3 de maio
E vende Leite ninho, sejá lá o que isso segnifique...
ResponderExcluirOIAHIAOHIOHOAISHSA adorei isso *-*
ResponderExcluirqueria ter ideias para histórias pequenas assim :D
Muito boa essa estória! Ahh, só pra constar: cafajeste é com "j" (sei que você vai ficar chateada com a minha observação, vai dizer que sou um mala e tudo mais, porém essa é a minha natureza, é inevitável!! rsss) Beijo
ResponderExcluirÓtima estória Priscilla! Me lembra uma de um scritor que agora me falha o nome. Se lembrar eu te mando. Bjs, um dia escreverei assim também! rs
ResponderExcluirClaro que não Diogo, eu amo que corrijam meus erros gramaticais! rs, qual é, quero ser escritora... sempre odiei errar qualquer coisinha na gramática. Valeu pela dica, vou consertar.
ResponderExcluirE Ciça, a gente sempre vai melhorando... acredite, você é tão novinha. Na sua idade eu só escrevia besteiras, rs. Beijos.
Bom texto, Pri!
ResponderExcluirMuito bom texto, parabens!!
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