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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Benzetacil


Olá, leitores. Sei que devem estar se perguntando por que eu vim atualizar isso aqui na véspera da véspera do natal. Sei também que nenhum de vocês esté lendo esse post porque é véspera da véspera de natal. Mas vou dar um breve panorama do porquê cá estou escrevendo.
Ontem acordei com febre às 4 da manhã.
Acordei de novo às 10 vomitando.
Passei o dia todo com febre,
dor de garganta infernal,
dor no corpo e cabeça.
Resultado: hospital hoje.

(/\ poema da amigdalite )

Bom, fechando o parêntesis, hoje eu fui mesmo ao hospital. Cheguei lá disse meus sintomas, o médico pediu para eu abrir a boca e constatou a mesma coisa que todos os clínicos gerais vêm constatando nos últimos 20 anos: "Nossa, suas amígdalas são grandes demais!". Daí me encaminhou para tomar uma injeção com anti-inflamatório no braço e nada mais nada menos que uma... benzetacil. 


Sentei lá, a enfermeira chega e coloca o elástico no meu braço (porque primeiro eu ia tomar o anti-inflamatório) e como sempre... nada. Minha veia não apareceu, nem do braço direito nem do esquerdo. Conclusão? Ela teve que furar na parte superior da mão. Vocês acham que eu fiz drama, senti dor? Não mesmo. Isso é pinto pra mim...

Pois bem, depois chegou a hora da bendita. A enfermeira já compadecida de mim, pergunta enquanto abaixo as calças:
- Já tomou benzetacil antes?
- Iiii, muitas vezes.
- Então você sabe que vai doer, né? E muito.

Eu permaneço em silêncio, com aquele ar experiente... de quem já tomou muitas benzetacil na vida... ela enfia a agulha e eu permaneço em silêncio, firme. (Ok, senti uma dor, senti uma dor maior... uma MAIOR E...)
- Prontinho, cabou.

O "bom" da parada é que quando você realmente sente algo que você não aguentaria, o troço acaba. Sério, sempre odiei a idéia de fazer escândalo para ser furada com agulhas. Faço questão de não demonstrar nenhuma dor e sempre subestimar qualquer agulha que seja - as enfermeiras costumam olhar pra mim admiradas. Aliás, eu fui o tipo de criança com todos os problemas que você pode imaginar (de pele, respiratório, alergias, etc.) então eu sempre estava fazendo um exame de sangue, biópsia e tudo que mexesse com agulhas. E era aquela criança que fazia questão de ficar quietinha, sem gritar ou fazer drama só pra no final ver a cara de surpreso do médico me parabenizando.

Enfim, não estou dizendo que a benzetacil não dói... mas tem gente que a superestima. A verdade é que o medo da benzetacil é muito maior do que a dor em si, no final das contas. A enfermeira mandou eu sentar né porque, ela insistia, eu iria começar a sentir uma dor muito forte. Eu sentei? Que nada, peguei minhas coisas e fui andando (um andar totalmente ridículo de quem está com o glúteo dolorido) para o ponto de ônibus. A verdade é que pra ficar sarada mais rápido e num ter que tomar antibiótico, eu topo qualquer medicaçãozinha intravenosa na boa.

E aqui vai uma banana para essas injeções porque (baratas me fazem chorar) não me fazem chorar!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Perigo constante



Eu nunca tive o sonho de dirigir. Nunca fui igual a esses adolescentes de 17 que ficam doidinhos pra fazer 18 e tirar a carteira de motorista, sabe? Tenho 19 e continuo sem a Carta. Não sei por que, mas acho falha a idéia que os jovens têm de que carro é sinônimo de liberdade, prazer e coisas legais. Onde já se viu... achar que vai ter carro e vai fazer o que quiser no Rio. Cidade toda engarrafada e perigosa para se dirigir, fala sério.

Carro pra mim é sinônimo de despesa. Isso é um ponto que a rapaziada esquece. E além do mais, cá pra nós, todo mundo sabe que sabendo dirigir a gente vai ter que fazer mais coisas com o carro para os nossos pais do que para nós mesmos. Eu, por exemplo, já posso me ver de carro:
- Priscilla, vai pagar a renner pra mim.
- Ah mãe, mas hoje eu ia...
- Anda, tá de carro!
*
- Priscilla, vai ali na escola do seu irmão buscar o boletim dele.
- Não dá, eu vou...
- Não tem desculpa, tá de carro!
*
- Priscilla, vai ali levar essa torta que acabei de fazer pra sua vó.
- Mãe, poxa... o combinado era...
- Você tá achando que só porque tá de carro é dona do seu nariz, é?
- Não, mãe.
- Então anda logo, aproveita que tá de carro!
*
- Priscilla, vai ali comprar pão.
- Mas eu...
- Você o quê?
- Tô de carro.

FAIL.

Por isso eu acho que eu, à exceção de todo mundo que tem carro e é feliz, vou me dar muito mal. Acho também que vou entrar em pânico na hora de dirigir. Sério, como subir aquelas ladeiras íngremes que nem um tobogã de 90°? E naqueles momentos em que um caminhão estiver vindo à toda velocidade e você perceber que ele vai te massacrar se você não pensar rápido? E quando o carro enguiçar no meio da ponte Rio-Niterói? E quando aquela parcela (PEQUENA) de mulheres que fazem barberagem no trânsito baterem no meu carro? E se EU for uma dessas mulheres?

Entendem... são tantas questões. Isso pra não mencionar a preocupação que eu tenho com relação a gravar o significado das placas, nomes das ruas, trajetos possíveis. Acho tão mais legal ter alguém pra dirigir pra mim... ir de carona, aquela adrenalina de estar sempre andando num carro diferente, e tudo mais. Isso tudo vai acabar. Já, já mais um traço da vida adulta vai se corporar a mim. Lá estará minha carteira de motorista... quando esse dia chegar, acho que só vou andar vestida de noiva. (vide placa da foto no início da postagem)


-

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carteira




Quer algo mais simbólico das épocas de escola, principalmente Ensino Fundamental e Médio do que a carteira? Tudo bem que existem os lápis, caneta, quadros-negros (agora brancos), borracha, mochila, apontador, caderno, estojo, lapiseira, régua, etc, etc, etc que também poderiam simbolizar o maior acontecimento na vida da criança e do adolescente chamado escola. Mas estes podem ser encontrados facilmente nas universidades, cursos superiores e tudo mais. Aí você me pergunta: Ué, Priscilla, do que você tá falando? Também têm carteiras nas faculdades! E eu concordo. Mas meu objetivo aqui é chamar atenção para as peculiaridades de uma Carteira de Ensino Médio.

As carteiras do Ensino Médio vivem rabiscadas. A começar com as bordas sempre com o nome de algum engraçadinho em liquid paper. E na parte plana sempre rola aqueles rabiscos avulsos, desenhos boladões com umas típicas pichações que os garotos gostam de fazer e as meninas nunca entendem o sentido daquilo. Mas, se os garotos insistem nessas pichações bizonhas as meninas persistem em letras de música ou poemas mela-cuecas, isso quando não escrevem seu nome e um coraçãozinho com o nome do cara que gosta, tsc tsc eu nunca fiz isso, cof cof. Lembremos também das preciosas equações e fórmulas desenhadas embaixo do estojo minutos antes da prova (aquela colinha básica, né). Sim, as carteiras vivem rabiscadas na escola. Afinal quem nunca se pegou numa aula entediante desenhando aspirais, triângulos ou sombreados quase que de forma transcedente, viajando na aula enquanto destrói por osmose o patrimônio tão útil do seu colégio? Aqui vai meu aviso: quem nunca estudou num colégio com tais hábitos culturais, não foi feliz.

Acontece que a gente cresce, faz vestibular, daí passa e entra numa universidade só de gente fera, inteligente, que não rabisca na me... Opa, peraí. Acho que minha mesa tá suja, será que...? Sim. As carteiras, coitadas, ainda sofrem. E foi com tristeza que descobri que na faculdade as pessoas continuam rabiscando nas carteiras, em escalas muito menores, garanto, mas continuam. Mas, ainda assim, tem uma diferença dos rabiscos do Ensino Médio para os rabiscos de uma carteira de faculdade. Fiquei impressionada ao constatar o que se escreve nas carteiras da UERJ. Existe todo um significado, requinte cult com senso político. Quando não é um fazendo apologia ao socialismo, é alguém citando Nietzsche (juro)! Sem contar que eu, como estudante de letras, canso de acrescentar cultura útil lendo poeminhas de Mário de Andrade, Carlos Drummond... ou então pego umas frases de música em inglês e começo a traduzir. Sensacional esses estudantes, não?

Pois é... parece que as pobres carteiras não deixaram de ser subjugadas. E como prova disso vou relatar aqui um dos mais divertidos flagras lá da facul nesse lance de rabiscar carteiras. Era, de início, um protesto de um aluno. Mas depois outro aluno veio e sabiamente acrescentou seu parecer logo abaixo. Vejam:

Fora Obama!
Fora Dilma!
Fora Cabral!
Fora Paes!


E fica quem?
- Ninguém.

A foto ficou fraca , mas mato a cobra e mostro o pau:


[Foto tirada por mim durante aula de Linguística II]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ônibus



Estava eu no ônibus ontem, voltando da faculdade. Saí num horário ruim mas, por sorte, encontrei lugar pra sentar. Pena não ser na janela, porque na janela é melhor pra dormir - pensei. Tentei me distrair vendo as pessoas, joguei um joguinho bobo no meu celular e depois fiquei olhando em direção à rua, li duas páginas de um livro e fechei. Não deu certo. Eu tava cansada demais.

Daí chegou a serra, e ela tem o chamado feitiço do sono... mesmo quando não estou com sono de verdade, quando o ônibus pega a Grajaú-Jacarepaguá eu meio que apago... não sei se por conta das curvas, ou se todo aquele verde da floresta funciona como canção de ninar. O fato é que eu acabei dormindo. Dormir no ônibus já é desconfortável, quando você está na cadeira do corredor é pior ainda. A cabeça fica balançando e você não tem apoio.

Mais ou menos ali pela Freguesia - eu já devia estar naquele estágio que você não está num sono profundo porque consegue enxergar algumas coisas, mas está tão ferrado de sono que a sua cabeça vez ou outra cai e você pisca forte e ela levanta de novo - a moça que estava do meu lado cutucou levemente o meu ombro e fez algo inusitado.
- Pode encostar a cabeça no meu ombro, se quiser. Você tá mesmo cansada - Ela sorriu.
Eu fiz algo mais inusitado ainda.
- Ah, desculpe, mas eu vou aceitar.

Ela tinha falado de um jeito tão simpático e tão maternal que eu encostei a cabeça no ombro dela e apaguei de novo. Não me importava que nunca a tivesse visto na vida e que poderia ser qualquer pessoa, inclusive com más intenções. O fato é que ela tinha sido fofa e eu estava morrendo de sono pro meu bom senso funcionar [tá, também não sou tão idiota, se fosse um homem mesmo que eu estivesse com sono eu jamais aceitaria - tirando você, Brad Pitt].

Cosegui tirar um bom cochilo e até fiquei pensando, quizá sonhando, com as palavras do Profeta Gentileza. Em dado momento eu senti que meu ponto estava chegando, e então acordei. Me levantei, e olhei pra ela.
- Brigada, mesmo.
- Que isso, de nada.
A gente sorriu uma pra outra e eu desci do ônibus, sabendo que possivelmente nunca mais a veria na vida, mas sentindo uma imensa vontade de abraçar o mundo.


terça-feira, 26 de abril de 2011

Parabéns, IPJ.




[créditos da foto: Serginho]

Pra quem não sabe, eu sou protestante e membro da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá, carinhosamente apelidada por nós de IPJ. Como esse mês temos celebrado seu aniversário de 40 anos, eu não podia deixar de homenageá-la aqui, ainda que seja de forma bem particular.

Pra começo de conversa, a IPJ é fantasticamente singular no que diz respeito às outras igrejas. Eu posso, e devo estar, puxando sardinha pro nosso lado mas, sei lá, a IPJ tem um encanto. Pessoas de tudo quanto é personalidade, jeito, disposição e corte social. Tem gente que sempre esteve ali, tem gente que chegou agora, gente que vai de vez em quando. Gente que vai e que depois volta. Eu, inclusive, tenho a teoria de que quem chega a congregar nela pelo menos uma vez, tem a vida mudada e vai sofrer um movimento constante como uma onda. Mesmo quem foi embora, uma hora pisa lá de novo, que nem as espumas do mar quando retornam à areia da praia.

A IPJ consegue ter vários significados para mim, sendo todos eles importantes. Quando garotinha ela era meus Domingos. Domingo pra mim não tinha outra conotação a não ser igreja, Escola Bíblica Dominical... Depois dessa fase da infância hoje sei que ela é muito mais que meus Domingos. Ela é mãe, porque encontro amor. Ela é pai, porque me disciplina. Ela é irmã, porque - quantas vezes, meu Deus! - canso de conversar, chorar, rir e me desentender em seus corredores. Ela é vô e vó, deixando eu entrar na cozinha a hora em que eu quiser quando estou com fome.

A IPJ é família, são meus amigos, a banda, o coral, os bancos, minha segunda (ou primeira?) casa, os pastores, a cantina, as salas da EBD, a APAS, as reflexões, os choros, as angústias, os desafios, os departamentos, as programações, o Entre Nós, o Dupla Ação, as palestras, os congresos, os retiros (ah... os retiros), as confusões, os sermãos, os louvores, os corinhos, o gazofilácio, os caras da Bíblia, as reuniões, a ceia, os eventos...

Deus.

Que paz que há naquele lugar. E que privilégio eu tenho de estar num lugar que me propõe algo concreto. Um evangelho pragmático onde eu não vou pregar uma fé que sai de mim e volta para mim mesma.

Que essa igreja continue a salvar as pessoas de si mesmas, de suas enrascadas, de suas solidões, de suas doenças. Não para que se alcance a perfeição. Mas para que, juntos, nós não deixemos morrer o desejo de sermos melhores e entender, como ensina Jesus, o que é amar.

Parabéns, IPJ, e todos vocês que fazem a IPJ ser.



[créditos da foto: Serginho]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Exame de sangue




Desde criança, sempre gostei de fazer exame de sangue. Engraçado que eu chegava pequenininha lá na salinha pra tirar o sangue e os enfermeiros ficavam meio tensos se perguntando se eu seria mais uma daquelas crianças que soltariam o monstro dentro de si e faria escândalo. Daí quando eles viam que eu ficava interessada e gostava de observar o sangue saindo pela agulha e entrando nos tubinhos, putz, aí era uma festa. Eles sempre me parabenizavam.

Pra falar a verdade fico até meio triste por eles não ficarem mais eufóricos com a minha coragem de tirar sangue, e daí que vou fazer 20 anos? Tem gente mais velha que faz escândalo pra ser espetado até hoje. Tem pessoas que não podem ver uma mísera gotinha sequer que desmaiam! Eu mesma tenho um amigo que não sei se devo falar o nome, Pedro Diniz, que não pode ver sangue. Já presenciei um desmaio dele, uma loucura.

O exame de sangue é legal, cara. O que verdadeiramente me irrita no exame de sangue é o jejum do dia anterior. Parece sádico você saber que no dia seguinte vai ter que acordar cedo pra ser agulhado e ainda por cima vai ter que parar de comer às 8:00h da noite. O pior de tudo, não sei se já repararam, é que sempre aparece alguma coisa gostosa pra comer lá pelas 10 da noite, sempre! Quando não é seu pai que chegou do trabalho trazendo açaí, é sua mãe que resolveu desenterrar aquele creme de leite do armário e comer, NA SUA FRENTE, com um moranguinho açucarado. Pô, isso é maldade. Eu vivo momentos de tensão por causa do jejum...

É, meu chapa... a parada aqui com a Priscilla é sinistra. Quando a fome bate, é sempre nas horas mais inoportunas, até porque comigo quase nunca é fome, mas sim: vontade de comer. E vontade de comer, sabe como é né... é aquela doença que só se cura comendo. Doença que espanta minhas dietas, que me atormenta no finalzinho de uma aula esperando o intervalo, doença que aparece quando as coisas boas que tinham na geladeira já sumiram... e que quando resolve se manifestar 10 horas antes do exame de sangue, meu amigo: corre pro abraço! Porque se eu ceder e comer, aí é minha mãe que tira meu sangue...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Desabafo: Remédio.

Esta postagem também tem um vídeo de divulgação no youtube, gente. E aconselho vocês a assistirem porque o texto se completa ao vídeo. Então: http://www.youtube.com/watch?v=9e30vkMLDrY



Um dos grandes recalques que eu tenho com a minha irmã é que ela sempre gostou dos remédios líquidos. Às vezes, ela pedia pra minha mãe pra beber o meu quando eu não conseguia tomar, tem noção? Bom, mas uma pessoa que já quase virou vegetariana (um dia conto essa história melhor) e enfiou na cabeça que não gosta de sorvete não pode lá ter um gosto tão apurado assim.

Eu não sei se vocês repararam, mas os mais atentos vão pensar que esqueci de mencionar no vídeo uma das modalidades (de tortura) mais famosas: Vossa Excelência, Injeção. Não esqueci não, minha gente, guardei para mencioná-la aqui. Pra variar eu também tive experiências conturbadas com as injeções. Primeiro pelo motivo óbvio elas doem. Depois porque eu sempre achei muito constrangedor, quando não no braço, os infelizes decidirem que a bunda era o lugar ideal para a injeção ser aplicada. Tá, talvez clinicamente falando seja mesmo, mas estamos aqui para discutir os desdobramentos sociais da parada, não é?

Então, eu que não sou uma pessoa tímida me sentia muito mal por ter que mostrar o 'bumbum' pra enfermeira(o). Sei lá, todas as vezes que isso acontece comigo eu me pego tentando pensar em qualquer coisa que anule pensamentos do tipo "sua bunda está de fora, sua bunda está de fora, sua bunda está de fora...". Talvez com melhor atenção, vocês vão reparar que o hospital é um lugar sem pudor nenhum... é gente dando banho em paciente, o outro com o avental frente-única (aliás, qual o objetivo desses aventais???), e adolescentes como eu pagando mico em uma salinha de injeção onde costuma-se não haver privacidade alguma!

E é nessa parte que eu fico bolada, porque se só a enfermeira estivesse no local enquanto aplicasse a medicação em mim, mas não! Eu já fiz uma vez em um lugar em que as paredes eram da metade pra cima de vidro, as portas ficavam entreabertas e outros pacientes e enfermeiros passeavam livremente pelos corredores. Quem quisesse e bem entendesse poderia meter o bedelho onde não fosse chamado. Não me esqueço que nesse dia tinha um cara pouco mais velho que eu bastante gato a poucos metros de distância de mim. E eu iria tomar a minha injeção. Tudo bem que ele não iria ver nada, mas e se... E SE ele visse a minha bunda, hein??? E se depois por acaso a gente se esbarrasse na faculdade, ficássemos amigos e começássemos a sair? Meu mundo ia virar de cabeça pra baixo pelo fato de que aquele cara viu a minha bunda no PRIMEIRO encontro, quando na verdade isso deveria ter acontecido exatamente no ÚLTIMO - er, brincadeira aí pai, só depois do casamento.

ENTENDEM O MEU DESESPERO?

terça-feira, 15 de março de 2011

Desabafo: Formiga.

Antes de ler, gostaria que vissem o vídeo que gravei. Por motivos de ignorância tecnológica não consegui postar o vídeo diretamente no post, então: http://www.youtube.com/watch?v=FX1bw-ho5zc.


Sério, esse meu problemas com formiga é realmente doentio. Talvez parecido com o problema que eu tenho com as moscas, se elas pousam na minha comida eu não como mais (graças a uma aula de biologia em algum desses canais imbecis que tem o prazer de dizer quantos milhares de ovos uma mosca pode depositar ao pousar em alguma coisa, valeu aí).

Acho que vou fazer um abaixo assinado pra Deus rever as funções deste insetozinho inconveniente aqui na terra... esse é, na verdade, o problema: se eu fosse Deus, a cadeia alimentar estaria fadada ao fracasso de tantos animais inúteis - segundo a minha santa ingnorância - que rondam por aí. E digo mais: os piores, estão debaixo do nosso teto!

Valeu, até daqui a pouco.


obs: Pra quem viu o vídeo, tem uma outra maneira de torturar as formigas. Toda vez que você estiver lavando louça, se elas estiverem na beira da sua pia faça o seguinte:
1 - abra a torneira e molhe duas mãos;
2 - estique seus dedos e deixe os pingos d'água fazerem um contorno em volta das formigas até que elas fiquem cercadas;
3 - após alguns segundos de deleite ao vê-las encurraladas, pegue o rodo de pia (ou pano) e empurre-as para o buraco da pia;
4 - aprecie elas todas descendo pelo ralo.


domingo, 13 de março de 2011

Bichos



Lembro que meu irmão até os 2-3 anos de idade adorava carrinhos de brinquedo. Naquela época ele ainda usava fraldas (sempre atrasado) e não sabia falar car-ro, falava ''caú" ao invés. Ele tinha carrinhos de tudo quanto era cor e tipo. Aqueles de controle remoto que não duravam nem uma semana, aqueles que você impulsiona para trás e ele pega velocidade, aqueles simples que não fazem nada, caminhão de plástico enorme que se compra no R$1,99, ônibus, carreta e por aí vai...

Até que aos 3 anos de idade ele descobriu um novo mundo de brinquedos: bichos. Ele só queria saber daqueles bichinhos de plástico, girafas, cavalos, renas... e até os mais valentes e bizarros como tigres, ursos e dinossauros! Era um bando de miniatura em plástico e ele enfileirava esses bichinhos e fazia uma brincadeira que só ele entendia... era engraçadinho chegar na sala e ver ele enfileirando aqueles brinquedos, se tu pisasse ele fazia escândalo. O próprio rei da selva.

Quando foi crescendo não abandonou os bichos completamente, pelo contrário, começou a assistir ao Discovery Channel e Animal Planet com o meu pai. Meu irmão começou a gostar de ver aquelas paradas de caça, vida na selva, comportamento animal, relação caçador/presa e aí também queria saber sobre as curiosidades do mundo animal: os mais rápidos do mundo, os mais nojentos, os mestres em camuflagem, etc, etc. Ele ficou fissurado pelo reino animal.

De uns dois anos pra cá ele entrou numa de querer animais de estimação. Quem me conhece sabe que eu não sou o que se diga "minha nossa, olha como ela se dá bem com os bichos!". Pois é, sou muito chegada não e isso foi sempre um impasse aqui em casa, eu e minha mãe contra, meu pai e meu irmão a favor e minha irmã sempre se mantendo no campo neutro. Uma vez minha mãe caiu na conversa do meu irmão e pegou um filhotinho de cão. Ele durou uma noite aqui em casa, porque eu fiz um protesto dizendo que ia ser um erro... tenho lá meus muitos motivos pra não querer cachorro de Cadu aqui em casa! Ora essa, se nem ele sabe se cuidar direito... eu é que não vou limpar bosta de cachorro, né?

Daí a solução foi adotarmos como animalzinho peixes, porque eles não fazem nada. Mas aqui em casa eles morriam rápido, meu irmão nunca trocava a água ou então dava mais ração do que necessária. Depois das tentativas frustadas foi aí que meu irmão teve a idiota idéia de pedir uma calopsita pro meu pai. O pior é que meu pai comprou a calopsita (se chama Neymar, por causa do topete) e deu pro meu irmão. O problema é que até agora eu omiti um detalhe que modifica toda a relação de admiração e amor que meu irmão tem pelos bichos.

Ele tem medo (leia-se: pavor) de animais.

É isso mesmo, meu irmão tem medo de cachorro, gato, pato, galinha, insetos e tudo o que você possa imaginar. Matar uma barata? Nem pensar. Se o cachorro do vizinho late mais alto ele é o primeiro a correr. Então eu estou aqui escrevendo esse post para mostrar a indiganção porque ontem a calopsita saiu da gaiola e deu um pequeno vôo em direção ao meu irmão - seu suposto dono. Acontece que ele deu um gritinho nada másculo e correu em dois segundos do quarto, passando pelo corredor até chegar à cozinha.

Agora eu pergunto, pode uma coisa dessas? Como uma pessoa pode viver em tamanha contradição? Sinto vontade de arrancar todos os fios de cabelo dele um por um quando vejo que finalmente ele conseguiu um animalzinho de estimação decente e não tem coragem de se aproximar a dois metros do pobre coitado! Meu irmão não é normal... na verdade sempre digo que ele é um vira-lata sarnento, medroso que nem um frango.

É isso que ele é: nosso animal de estimação.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Tradução



Nos meus tempos de adolescente, lá pelos 15 anos, eu costumava assistir àquele programa do multishow chamado TVZ que só passa clips em basicamente qualquer hora do dia. Acho que todo adolescente normal que tem/teve tv a cabo assistiu ao TVZ pelo menos em uma época de sua vida só pra saber quais músicas estavam na moda e quais todo mundo estaria cantando no colégio no dia seguinte, né?
O fato é que essa programação é basicamente 90% popzinho estrangeiro e eles colocam legendas nas músicas. E eu tinha a irritante mania de tentar cantar a música não no inglês, mas sim no português de acordo com as legendas. No final a parada ficava totalmente sem nexo, desafinada e escrota.

Tá, mas não é sobre isso que eu queria escrever nesse post, sério mesmo. Além dessa mania de cantar as legendas dos clips, eu tenho um cacoete mega bizarro ao qual eu chamaria até mesmo de dom. Poucas pessoas sabem disso... aliás acho que ninguém sabe disso, mas eu tenho a mania de fazer a versão em inglês de músicas brasileiras. E o pior: vira e mexe dá certo! Vocês podem não acreditar nessa minha (in)útil vocação, mas vou postar aqui algumas das músicas que fiz a versão em inglês. Se por acaso vocês acharem que elas estão sem ritmo em algum momento, relaxa que é só impressão (se me conhecerem pessoalmente me peçam que eu canto!). Ah, é importante lembrar que traduzir músicas não significa necessariamente transpor as mesmas palavras, mas sim, dar a idéia geral do texto. Enfim, não vou colocar os nomes das músicas porque acho que a graça é vocês descobrirem enquanto vão lendo...

Primeira:

Mother I wanna
Mother I wanna
Oh! Mother I need some milk

Gimme a pacifier
Gimme a pacifier
Gimme a pacifier so the baby won't cry


Segunda:

Hey pain, I don't listen to you
'Cause you, won't take me to anywhere
Hey fear, I don't listen to you
'Cause you won't take me to anywhere

And if you wanna know where I am going to
Wherever there is sun
That is the place
And if you wanna know where I am going to
Wherever there is sun
That is the place


Terceira, e uma das mais ousadas na minha opinião:

I threw a piece of wood in the cat - cat - cat
But the cat - cat - cat
Didn't die - die - die

Miss Chica - ca
Got surprised - ised - ised
With the scream
With the scream the cat died

meow!


Bom, é isso aí gente... espero que tenham descoberto as músicas e gostado do post.
Me despeço agora com uma sábia frase que fará vocês refletirem:

"Look at the big hair of Zé, I wonder if he is... I wonder if he is..."



sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Peixe




Parecia ser mais um dia normal no Oceano Atlântico. Palas, o peixinho, nadava de um lado para o outro entediado. Em algum momento, descobriu que sua vida era vazia, sem sentido. Pois tudo o que fazia era comer e nadar de um lado para o outro. Foi quando teve uma idéia.
"e se eu me esconder ali atrás daquele coral e observar o que os outros peixes fazem?"

E foi isso que Palas fez, escondeu-se atrás do coral. Ficou ali escondido por 14h, achava que ao tirar o foco de si mesmo, poderia fazer uma grande descoberta na vida aquática e q...
-Eureka!
O que foi, Palas? Não percebeu que cortou minha fala?
- Eureka, eureka, eureka!
Mas essa fala é de outra história e, aliás, você não deveria estar contracenando comigo. Sou o narrador!
- Então faz aparecer logo alguém para eu contar as boas novas!
Eu dou um suspiro. Tudo bem, tudo bem... já que está tão eufórico, boa coisa tem de ser.

Faço aparecer uma sardinha.

- Sardinha, você não vai adivinhar o que eu acabei de descobrir.
- Ah, é? E o que descobriu?
- Descobri que.. bom, sabe aqueles bichinhos que não parecem com a gente? - a Sardinha faz cara de quem comeu e não gostou - Aqueeeeles que são pequeninos e que nós gostamos de ver e que não tem isso aqui ó - ele mostra suas nadadeiras.

Desculpe me intrometer, mas você deve estar se referindo às minhocas.
- É, então... são as mi...nhocas? Isso! Elas não são peixes como nós, descobri que as minhocas são...
Iscas.
... Iscas! Certo, elas são iscas porque existe uma outra espécie lá em cima querendo capturar a gente!

A Sardinha o fitou profundamente. Após 7 segundos começou a gargalhar.
- Essa é a coisa mais idiota que já ouvi, Palas. Todo mundo sabe que aquilo são peixes sem nadadeiras!
- Mas ela também não tem brânquias!
- São peixes sem nadadeiras e sem brânquias, oras.
- Mas também não tem escamas!
- São peixes sem nadadeiras, brânquias e escamas!
- Mas elas não tem...
- Ah quer saber? Não vou perder meu tempo contigo. Vou é caçar meu rango de hoje, e você, meu comparça, devia fazer o mesmo. É como a Dona Tartaruga costuma sempre dizer "Brânquias vazias, oficina do Tubarão". Até mais, lelé.

Palas nadou na direçao contrária, decepcionado. Queria alguém que acreditasse nele. A Sardinha nadou dois metros à frente, tentou apanhar uma minhoca e morreu nas mãos de um pescador. Enquanto isso Palas se depara com um Tubarão.

- Tubarão, tenho uma coisa pra te contar! Eu juro que é verdade, sabe aquelas coisinhas que todo mundo tenta comer e que...

O Tubarão sem paciência para ouvir seu discurso, o comeu ali mesmo. Palas foi parar no estômago de um tubarão.


"Quando uma cabecinha começa a querer pensar, vem um tubarão e come essa cabeça, ou então vem uma sardinha e rir-se dela."
(Priscilla Acioly, frase do twitter que originou esse pequeno conto)

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Essas duplas...



Sou super fã de desenhos. Mesmo com 19 anos na cara às vezes me pego zigue-zagueando os canais por um desenho ou outro. Não sou muito chegada nos desenhos de hoje em dia, apesar de alguns serem até legais quando você assiste os 5 primeiros minutos (ex: as aventuras de flapjack, Bob esponja e outros). Mas o que eu gosto mesmo é de desenhos antigos. Tipo Tom e Jerry, sabe? Acho sensacional um desenho que foca todo episódio em apenas dois personagens principais arqui-inimigos e nunca possui falas. É tudo na base das expressões, movimentos e, claro, da maravilhosa trilha sonora. Que, não sei se vocês já perceberam, é a alma do desenho.

Claro que pra quem é fã mesmo de Tom e Jerry sabe que de vez em quando o roteirista surta e põe umas falas no meio da parada, mas isso só acontece quando extremamente necessário. Como quando aquele patinho a quem Tom tenta pegar para fazer uma sopa começa a declarar amor à sua mãe com uma voz fanha e fofa. Ou então quando aquela senhora preta que nunca mostra a cara começa a praguejar o gato como se ele fosse o demônio em pessoa, isso porque ele é o gato dela! Acho essa senhora sensacional, rs. Ou então como na vez em que o Tom faz uma serenata toda pomposa praquela gatinha.

Quando eu era pequena eu ficava com muita pena das maldades que o Tom sofria por causa do Jerry. O ratinho miserável sempre arranjava alguma forma de quebrar com o coitado do bichano, era algo como Dona Florinda x Seu Madruga. Então pra mim o Jerry era o vilão e o Tom, o inocente. Acho que eu não tinha muito esclarecido na minha cabeça que o Tom queria comer o Jerry. Isso acabou causando um efeito colateral em mim porque eu cresci e acabei me apegando a todos os vilões de duplas. Por isso eu gosto do Tom ao invés do Jerry, do coiote ao invés do Papa-léguas, do frajola e não do piu-piu... do Cérebro e não do Pink, ah não... peraí, acho que dessa dupla não tem como não gostar do Pink.

Essa tensão das duplas me fascina...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

BBBurrice



Tento fazer com que esse seja um dos posts mais sucinto de todos os tempos.
Minha opinião sobre o BBB:

Eu assisto ao Big Brother Brasil. Se quiserem falar que é burrice, que falem.
Eu como a burrice. Mas, nem por isso, passo mal do estômago.


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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Do iu ispik Inglish?



Antes de começar quero explicar aqui que esse post faz parte de uma corrente entre blogueiros amigos que decidiram escrever sobre o mesmo tema. No final da postagem seguirá os links para os respectivos blogs dos meus amigos. Tema de hoje: Dublagens!

Eu sempre vejo filmes legendados. Quando alugamos filmes aqui em casa é uma guerra porque meu pai e meu irmão querem ver dublado e eu, minha mãe e minha irmã, legendados. Meu irmão só gosta de ver dublado porque tem preguiça de ler a legenda, aliás, acho que na verdade ele faz parte do grupo de pessoas que não consegue acompanhar a legenda, rs. Meu pai, com aquele resquício de comunismo, enche o peito pra dizer “eu quero ter o direito de ver o filme na minha língua”, “vocês ficam puxando saco de americano, a gente tem que apreciar o nosso idioma!”. Ok pai, concordo que a gente tem que apreciar a nossa língua e o fato de eu preferir ver o filme em sua língua original não anula o fato de que eu valorizo a minha língua materna, poxa.

Se o filme é em francês, vejo em francês, italiano em italiano, inglês? Em inglês! Pois acho que as falas e tudo o mais fica muito mais verdadeiro quando o filme é legendado. Os personagens ganham mais vida e as ações do filme também. Filmes dublados me irritam e o primeiro motivo é as adaptações. O cara que se chama Joseph, um homem galanteador, num filme pra lá de romântico vira José, o cara que curte um sambinha e se amarra tomar uma cerveja no barzinho ali da esquina. O John, aquele cara musculoso que sempre está em uma enrascada no limite entre o bem e o mal num filme de ação; o John mesmo, aquele que atira, corre, pula, se esconde da polícia ao mesmo tempo tenta caçar o bandido vira João. Um cara comum e com uma vida totalmente desinteressante. E esses são só dois exemplos de nomes, porque existem muito mais. Eu não gosto quando tentam traduzir nomes de personagens porque certos nomes em inglês simplesmente funcionam muito mais do que nomes brasileiros. Da mesma forma que o Zé Pequeno estaria fadado ao ridículo se fosse chamado de ‘Little Zé’ ou (pior, como já vi na Internet) Lil’ Zé. Tu respeitaria esse cara? Nem eu!

Mas tem horas que realmente não tem para onde fugir. A gente quer assistir a um filminho bacana, mas só tem dublado. Duvida? Sessão da tarde. E posso até correr um risco ao proferir tal blasfêmia, mas sessão da tarde, pra mim, só rola dublado! Eu não sei... combina, entende? Eu gosto da vozinha inocente e ao mesmo tempo sapeca do dublador de Macaulay Calc em Esqueceram de mim. Gosto das dublagens fantasticamente engraçadas de Whoopi Goldberg e Eddie Murphy em Mudança de Hábito e Um príncipe em Nova York. Outro elemento que deixou saudade em termos de Sessão da tarde é o sensacional Herbert Riches. Vou compartilhar algo com vocês que pode parecer exagero: não o é. Tinha vezes, e não poucas, que acabava o Vale a pena ver de novo e eu sabia que iria dar um dos filmes chatos que eu não gosto. Mas eu esperava dar o comecinho da Sessão da Tarde para ouvir as mágicas palavras 'versão brasileira, Herbert Riches' e depois mudar de canal. O Herbert é simplesmente um dos meus grandes ícones de infância.

Para não acharem que eu só critico, tenho que declarar aqui a minha paixão pelos filmes dublados pela Disney. Nesse caso ocorre o contrário: raramente eu vejo um desenho animado da Disney em inglês. Eu acho incrível o trabalho que eles fazem para encaixar as vozes e deixá-las de modo que combinem com o personagem. Exemplos? Vários: todo o elenco de O Rei Leão, dando destaque para as vozes de Skar e as Hienas, a interpretação da peixinha Dóri em Procurando Nemo, a voz engraçadíssima de Lumiere em Bela e a Fera, a terrível e assombrosa voz de Malévola de A Bela adormecida... e assim por diante.

Eu também tenho algo muito peculiar em relação às dublagens. Eu memorizo as vozes. Se eu quiser eu posso pensar agora mesmo na voz da dubladora da Sandra Bullock que eu vou conseguir (já pensei, aliás). Minha irmã morre de raiva desse meu, tá, acho que posso chamar de dom? Eu lembro da maioria das vozes de grandes atores o que me acarreta sérios problemas porque tem vezes que ao invés de realmente prestar atenção no filme eu ouço aquela vozinha familiar e fico tentando adivinhar de qual outro filme ou programa eu conheço aquela voz. Dessas experiências posso afirmar que o mais legal é me deparar com as óbvias vozes do Seu Madruga ou Seu Barriga porque aí ferrou tudo! Eu não vou deixar os personagens do filme em paz, só irei enxergar o Seu Madruga ou o Seu Barriga, rs.

Enfim, considerações finais: adorei começar essa corrente falando de um tema tão rico como esse. E vocês vão poder continuar a se deliciar com o tema nos blogs dos meus amigos, beijos!

OBS: Recentemente fui ver Enrolados (filme perfeito da rapunzel!) no cinema e parece que eu fui a única que gostei da dublagem do Luciano Huck em enrolados. Tá todo mundo reclamando que ele não é 'dublador profissional' mas, cara pra mim o que conta é a interpretação e ele fez isso muito bem! Dizem que só colocaram ele porque ele é famoso... e daí? O elenco de Shrek em inglês é todo famoso e o filme não foi nenhum pouco prejudicado por causa disso.

Links dos amigos:

Vinícius Antunes
http://cronicasdumasviagens.wordpress.com

Emanoelle
http://pordoisfios.wordpress.com

Jônatas Amaral
http://tacmgtacomdeus.blogspot.com

Diogo Lima
http://oqmedernatelha.blogspot.com/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bigode




Olá pessoal.
Bom, como esse blog acabou adquirindo aspectos biográficos eu vou dividir com vocês algo interessante que aconteceu recentemente.

Pra quem não sabe eu tenho um avô que é figuraça. Nelson, seu nome. Ele é uma daquelas pessoas que parecem que não existem simplesmente por, muitas vezes, não apresentarem comportamentos que seres humanos apresentariam. Meu avô é um cara do bem, mais do que honesto e, acima de tudo, calado. Calado não... observador.

Uma das coisas que eu sempre achei legal é que ele é metódico e sempre cumpre seus próprios 'rituais' pré-definidos por ele mesmo. Como por exemplo, sempre andar dentro de casa com uma toalhinha de pano branca por cima de um dos ombros, viver criando projetos matemáticos lá embaixo em sua garagem escura, comer as refeições por etapa separando o Feijão e a farinha da salada e, por conseguinte, da carne. Dormir ouvindo o seu radinho de pilha... enfim, eu poderia citar aqui inúmeros exemplos.

Pois é, meu avô é o tipo de pessoa firme que parece que nunca muda - mas incrivelmente eu afirmo isso num bom sentido! Ele está sempre perto, ainda que pareça longe. Sempre ensinando algo muito sábio, mesmo que muitas vezes não esteja falando. Ele é a personificação da paciência. E se você der algo nas mãos dele pra fazer, ele vai observar, estudar dias a fio a tarefa, verificar as possibilidades, tirar a raíz quadrada e então só depois de muito preparo e meditação a tarefa estará pronta! (Foi isso o que aconteceu quando eu pedi que ele colasse a minha foto na minha carteirinha universitária. Pra vocês terem uma noção, não satisfeito em usar uma régua ele também usou um TRANSFERIDOR para colar a foto!)

Mas o ponto principal a que quero chegar é: Meu avô sempre teve bigode. Desde que me entendo por gente, Nelson Barbosa de Lima nunca abriu mão de seu bigode - e, acho que é importante destacar que era muitas vezes sem barba, só o bigode mesmo! Eu não vou dizer que sou fã dos bigodes... bigode é coisa do século retrasado. Fora de moda. Pra falar a verdade, eu nem acho que seja algo que favoreça a ala masculina. A não ser é claro algumas exceções como Brad Pitt, mas ele não conta.

O fato é que meu avô sempre usou bigodes e eu sempre gostei! Eu não sei... dava uma impressão de sabedoria, de autoridade. Eu gostava de seus bigodes, porque tudo estava no seu devido lugar: eu era a neta, ele era o avô até que...
*chega minha avó tagarelando como sempre acompanhada do (quem é aquela pessoa ao lado dela? Peraí será que...) meu avô sem bigodes!!!

Sim. Ele rapou o bigode. Vocês não sabem como foi a sensação do choque. Até agora eu não digeri essa estória. Ele diz que "já era hora de mudar" mas NÃO. Não pode... quando eu olho para o meu avô sem bigodes eu lembro daquele verso "avião sem asa, fogueira sem b...". Que tristeza. Meu avô agora deu pra querer mudar o look. O que ele não sabe é que talvez seu bigode representasse algo maior. Sei lá... talvez fosse que nem as sete tranças de Sansão, que lhe davam a força. E se ao rapar seus bigodes, foi rapada também... a sua sabedoria?


rs, um último adeus:

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Caçadores de Crentes



Sou protestante e todos que me conhecem sabem disso. Para os desavisados protestante é o vulgo evangélico. Digo vulgo porque denominar-se evangélico é algo muito vago hoje em dia. Afinal, hoje em dia tem-se igrejas pra tudo quanto é gosto (ou desgosto). Bom, mas isso já é assunto pra outro post.

Estou aqui para falar do bullying existente contra nós. Sou da igreja desde que nasci, o que já pode ser irritante porque sempre vai ter o sujeito pra dar pitaco "ah, então você só é da igreja porque seus pais são". É, talvez eu só esteja indo pra igreja mesmo por causa dos meus pais. Afinal, ainda tenho quatro anos de idade. Será que ninguém repara que se um cidadão de 19 anos continua freqüentando a igreja assiduamente é porque ele realmente acredita naquilo?

Outra coisa que costuma me irritar muito nesse meio dos bullyings é quando referem-se a nós como "crente". Primeiro porque é um termo bastante vago, digo... qualquer um pode crer em qualquer coisa. Então se me chamam de crente o que querem dizer com isso? Crente em astrologia, crente na ciência, crente na mitologia, crente em duendes, crente na xuxa? Segundo porque sempre tem o engraçadinho pra rimar crente com outra palavra que também termina com 'ente'. Acredite, isso não é legal. Porque Imagine que eu saia por aí rimando buda com... ah, deixa pra lá.

Me intriga muito quando, depois de um certo tempo de conversa, a pessoa descobre que eu sou protestante e faz aquela cara de espanto.
- Nossa, mas você é tão legal!
Vocês não sabem o mal que isso me causa. É como se com essa pequena afirmação vocês fizessem questão de retirar todo o julgamento anterior construído e tivessem que reformular uma nova maneira de me enxergar. Em outras palavras, dizer "nossa, mas você é tão legal!" na verdade só traduz "mas você devia ser um porre!" ou, no mínimo, "pff, conta outra que você é de igreja".

Bom, aqui vai uma dica para vocês: nós somos cidadãos como outros quaisquer. E nem todos nós somos abitolados. Uma pessoa para ser chata não precisa ser da igreja. Os chatos não são exclusividades das igrejas, acredite em mim. Eles já dominaram todos os cantos insondáveis dos círculos e camadas sociais. Eles são algo parecido com a torcida do flamengo, só que de um ponto de vista negativo.

Nunca entendi porque todo ladrão tem que ser pastor, digo... porque todo pastor tem que ser chamado de ladrão. Isso é uma generalização cruel. É como dizer que toda loira é burra, todo padre é pedófilo, toda macumba é do mal, todo tricolor é afeminado, todo político é lad... ops, esse último está certo mesmo.

Mais um mito a ser caído por terra: nem todos de nós achamos que atividades como dançar, beber ou fumar são coisas do capeta. Pelo contrário, essas coisas não são 'pecado'. Dançar é uma ótima atividade que trabalha com a saúde do corpo (dependendo da "saúde" da música que se dança). Beber, quando não em medidas drásticas, também não causa grandes problemas ao organismo. Em alguns casos e em pequenas porções diárias como o vinho, pode até fazer bem à saúde (http://www.bemdesaude.com/content/vinho_faz_bem_a_saude.html).
É claro que o ideal seria evitar o álcool no caso de o organismo já ser propenso à dependência do mesmo. E fumar... bom, fumar também não é pecado. É só burrice mesmo.

Enfim, por ora esses eram os pontos que eu queria elucidar. Foi bom abrir um pouquinho mais a mente da galera e falar sobre esse assunto com bom humor e leveza.
E, continuando nesse espírito, gostaria de concordar que tem muito "crente" por aí dando mole e soltando umas que... bom, merecem no mínimo um destaque.
Vejam essa faixa que achei na internet.



É isso aí gente, espero que tenham gostado e que ninguém se sinta ofendido. Afinal com gentileza e bom humor, o mundo se atirará aos seus pés*.

* Amyr Klink.